segunda-feira, 3 de junho de 2013

Branca

    Ela voltou a passar ao teu lado. Tu apenas inalaste a essência de baunilha que é emanada da sua camisola de lã. Lã branca como a sua pele, como o seu cabelo, como o seu sorriso. Estendeste a mão, mas ela já passou - foi tarde de mais. Porque é que não a chamaste? Porque é que não disseste o seu nome? Não é que não a conheças - conhece-la melhor do que a qualquer pessoa - mas na verdade não sabes o seu nome; nunca o ouviste, nunca o leste. 
    Ela é branca e o nome dela é branco também. É branco porque, desde que tu és tu, não consegues ver, não consegues ouvir, não consegues falar; mas consegues sentir! E o que tu sentes, o que tu sentes nela, tu amas. Tu amas a rapariga branca da camisola de lã que passou ao teu lado; e ela ama-te a ti também. 

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